Tuesday, December 30, 2008

2009

Resoluções / Desejos para mais um ano:

1 - Atingir o corpo ideal para a minha estrutura (basicamente mais exercício, menos "treats")
2 - Afastar-me de elementos do sexo masculino que trabalhem na áerea da informárica (traumas passados não movem moinhos mas conduzem a conclusões)
3 - Começar as aulas de massagem infantil e enviar o exame para concluir a Certificação (caso contrário acaba por ser dinheiro mal gasto na minha formação)
4 - Viajar mais (a falta de sol aqui na Irlanda dá comigo em doidinha)
5 - Ler mais, escrever mais, escutar mais, falar menos (ser tagarela às vezes dá com os outros em doidos e... quem muito fala pouco acerta)
6 - Manter níveis de energia óptimos para o bom humor próprio e o alheio
7 - Cultivar mais a paz interior e o amor por mim mesma através de coisas que me sejam prazenteiras
8 - Abraçar e beijar mais (o resto não ponho aqui não vá alguém censurar-me o blog)
9 - (... olha esta, falta-me um último ponto... ah, já sei ) Ser flexível o suficiente para furar esta lista e acrescentar, tirar ou adaptar coisas. Afinal, uma lista é apenas uma lista. :)

I saw the sea


Pensar que estou cá há uma data de tempo, numa ilha e ainda não tinha ido ver o mar... Aqui ficam imagens de Howth, uma vila e península na costa este da Irlanda, bem pertinho de Dublin. Ah, e onde se pode comprar bom peixe fresco =)

Friday, December 26, 2008

A propósito do Natal - parte II

Primeiro Natal em terra de Duendes... Frio mas sem neve, no seio de uma pequena comunidade de Maiatos (é que não bastava sermos todos do Porto, tinhamos de ser todos da mesma terrinha), recheada dos pequenos prazeres tradicionais de um Natal Português que se preze.
Tal como já suspeitava, a minha mãe trouxe a mala recheada de tesouros, pelo menos para mim. Pode haver quem ache que ela exagerou nos regionalismos e nacionalismos das coisas mas a verdade é que ela me conhece bem o suficiente para saber o valor que dou aos "produtos da terra". Já dizia o slogan: O que é Nacional é bom.
Desde o indispensável bacalhau a pencas, ovos caseiros (são diferentes dos do aviário), aletria, caete de rabanadas, canela, chocolate de culinária, vinho alentejano, vinho do Porto, espumante Português, todos os frutos secos possíveis e imaginários (cuidadosamente embalados pela Nela e pela D. Maria da mercearia mais conhecida como "Tone da Equina"), chouriça, queijo da Serra... A pergunta mais frequente que os meus primos me foram fazendo desde Portugal era: Não a pararam na alfândega? Não teve de subornar nenhum polícia com um dos teus miminhos? Os ovos não viraram omeleta? A resposta... hihihihi Chegou tudo inteirinho para mim.
Na verdade, claro que foi óptimo ter tudo isto por perto. Certamente que tornou o meu Natal um dos mais Portugueses da Irlanda. Mas... no fundo são as pessoas que fazem o Natal daí que a vinda da minha Rosinha dos Limões tenha sido, sem sombra de dúvida, a melhor prenda de Natal (mesmo com todas as nossas diferenças e quesílias). Se não houvesse bacalhau, teriamos frango assado. Se não houvesse aletria, haveria sempre forma de fazer leite creme... etc, etc. Mas sem família... como se faria o Natal?
Claro, entre comida e comida (incluido um Bolo Rei), vinham os presentes, oferecidos por pessoas que faziam parte do meu antigo dia-a-dia e que ainda hoje (quase um ano depois) sempre que vê a minha mãe pergunta por mim. Não vivo do meu próprio saudosismo ou do saudosismo dos outro, mas confesso que há um certo conforto em saber que há um espaço só meu na vida das pessoas que conheço desde miúda, espaço esse que estará sempre ali, para mim, a cada viagem de regresso a casa...
Casa... É incrível. Tenho a minha vida, a minha rotina e os meus pertences e haveres cá mas casa... Essa parece permanecer a 10km da costa atlântica, no espaço engaiolado por prédios mas que tem um quintal, um tanque, uma avó, um cão, um gato, um pai e uma mãe, tios e primos, uma vizinhança e a história de muitas vidas que se entrelaçam com a minha. E é a ela que eu volto nos meus pensamentos para conforto, calor e amor e a qual... Tenho saudades.

Thursday, December 25, 2008

A propósito do Natal - parte I

Eu deveria escrever algo inspiracional e tal... mas só me apetece perguntar ao Pai Natal: Ouve lá, a lingerie bonita é só para eu ver ou é sinal que terei quem me aqueça os pés no ano que vem? Eu sei que isto soa um bocado mal mas é que há perguntas que se inculcam no pensamento... Depois não admira que as minhas amigas me dêem livros com títulos como: "Man Management for Women" e "The Bunny Suicides"...
Oh pah, é que dá para pensar...

Tuesday, December 23, 2008

Tríptico


Três estórias numa só, cada uma delas com uma moral diferente... (do fim para o princípio)


1 - Grande alarido numa das ruas de Dublin: um carro a chiar num som agudo, um homem asiático junto a esse carro, muita agiração, os ocupantes do carro saem a correr e alguém corre atrás deles. Eu e a Mrs R. P. pensamos "será que o carro vai explodir?!". Mas ninguém parecia muito preocupado com a explosão peudo-iminente... Como nada aconteceu, e à boa maneira Portuguesa, decidimos aproximarmo-nos da coisa... Um homem estendido no chão em frente a um autocarro, certamente um motorista, mas não havia sangue. Será que estava a concertar alguma coisa ou a procurar algo debaixo do autocarro? Facts: o motorista do veículo tinha embatido com força de gigante num poste (daqueles pequenitos) bem agarrado ao passeio, conseguiu arrancar o poste do cimento e projectá-lo até ao outro lado da rua onde foi acertar no pobre motorista do autocarro (que acabou bastante nervoso e provavelmente com uma perna partida), pelo caminho furou o pneu do carro e tirou uma rica lasca à parte direita do pequeno automóvel branco que conduzia. Os populares "prenderam" o sujeito e mesmo quando este se tentou escapulir, voltaram a apánha-lo, até a Garda chegar, imobilizar, algemar e levar o fulano para longe dali. Moral da história, até em Dublin o povo apanha larápios e faz questão de os levar à justiça.


2 - Fui tomar café com Mrs R.P., a Ana e o Artur e os pais e irmã da Ana. Na altura de pagar, o pai da Ana chegou-se à frente. Estava eu pronta a agradecer ao Sr Luís quando a empregada do café chega à minha beira e diz: "O seu café e o da Sra que está consigo estão pagos.", "Pagos como?!" "Não é enfermeira?" "Sim, sou!" "Uma senhora que esteve aqui pagou o seu café. Disse que foi por ter cuidado do bebé dela enquanto ele esteve no hospital. Era uma senhora loira, mas já saiu". Moral da história: as recompensas surgem onde e quando menos esperamos de quem nunca esperariamos.


3 - A Mrs R.P. gosta de tirar umas passas de vez em quando, aka fumar. Como tal, vai fumar para a varanda e tinha por hábito apagar o dito cuja carcará sanguinolento do cigarro no vaso da sardinheira que lá temos. Hoje de manhã, depois de tomarmos o pequeno almoço, a Mrs R.P. reparou que o vaso estava a fumegar. Total: metade de terra queimada, uma planta meia viva e um vaso com uns buracos de lado. Moral da história: Smoking does kill.

Monday, December 22, 2008

Ad-vice for insomnia

Não tomar ansiolíticos às 4 da manhã, mesmo com insónias, se querem aproveitar bem o dia. O resultado será certamente relaxamento muscular, sonolência e níveis baixos de energia vital...

Thursday, December 18, 2008

Na Terra dos Sonhos


Não, não vou fazer um post sobre insónias ou hipnoterapia. Gostava de falar dos sonhos que temos quando estamos acordados, daquilo que desejamos para a nossa vida e do quão empreendedores somos ou não para atingirmos os nossos objectivos.

Há uns dias atrás mandei um e-mail ao meu primo Tito (sim, é mesmo o nome dele e não uma alcunha) para saber como lhe estava a correr a caganita... =P Como diria a minha avó Deolinda "O Tito foi para o Brasil porque se apaixonou por uma música de lá" (eu a pensar que ele se tinha enamorado por uma brasileira de bunda que tocava em alguma banda e tal mas não, foi mesmo por um estilo de música).

O Tito é aquilo que muitas vezes chamariamos de uma pessoa "alternativa": percussionista de profissão adoptada, vegetariano/macrobiótico, bonitão de barba e cabelo comprido, sorriso gingão e ar de saltimbanco. Todos nós, num momento ou outro, criticamos o seu peculiar modo de vida e as decisões que tomou/toma (e outras coisas mais que não vêm ao caso). Mas hoje, ao receber o e-mail de resposta do Tito, senti um orgulho imenso nele e apercebi-me que está feliz, e tudo isso também encheu o meu coração de esperança... No final do e-mail o Tito disse-me o seguinte: "Quando a gente quer a gente consegue!!" A frase pode até ser batida e tal mas... não sei, é poderosa.

Hoje o Tito vai estrear-se em Olinda, num concerto , como baterista de substituição... E no Carnaval vai sair com a Nação Pernambuco, o grupo com quem está a ensaiar.


E pronto... Obrigada Tito pelo presente esperançoso de hoje. Podes não sentir o quanto estou feliz por ti mas tenho a certeza que a energia positiva será suficiente para atravessar o Atlântico.


Porque os arco-iris(h) são onde os criamos...

Pensamentos sonolentos mas com sentido

Há pessoas que quer queiramos quer não se fazem presentes na nossa vida. Pessoas cuja história partilhada dispensavamos perfeitamente, pelo menos é este o pensamentos nos dias de maior amargura. Basicamente o que quero dizer é, posso sentir-me magoada pelos comportamentos de alguém mas se esqueci e perdoei não sofro mais na presença dessa mesma pessoa. Resolvi mais um luto e estou livre da minha prisão de tristeza. Quem perdeu.... certamente que não fui eu.

Wednesday, December 17, 2008

Modo Noite

Só tenho um comentário a fazer: AAAAAAAAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRRRRRRRGGGGGGGGGGGGGHHHHHHHHHH

P.S. - Programa de 7 noites de trabalho intensivo não recomendado a pessoas que queiram gozar de alguma sanidade mental e saúde em geral. Ao fim da 2ª noite a protagonista deste blog encontra-se à beira de um ataque de catatonia e histeria generalizadas, quiçá acompanhando ironia, sarcasmo, cinismo e hipersensibilidade próprios de quem não tem um sono repousante e revigorante... (que é o que vou tentar fazer agora)

Sunday, December 14, 2008

Natalidades


Natal... Nascimento... Hum... Trabalho numa maternidade por isso o Natal é mesmo todos os dias. Mas pronto, para mim este ano é diferente. É o primeiro Natal que passo fora de Portugal, longe das pessoas que me viram crescer ao longo de todos os Natais passados. Por isso, e como apenas terei a minha "Mamuska" por perto, este ano cheguei a mais um momento lampadinha:

Natal é, certamente, família - quer seja de sangue ou criada por laços de amizade,
esteja perto ou a 1000km de distância.
Natal é onde está o nosso coração, é o nosso lar.
E para mim, a partir de di 21 de Dezembro, já será Natal.

Friday, December 12, 2008

Grrrrr


Hoje estou de folga e penso... "Mas porque é que não estou a trabalhar?" Basicamente, ficar em casa é sinal que há coisas nada simpáticas a fazer que, por falta de mãe, ninguém fará por mim: passar a roupa, limpar e arrumar o quarto, etc, etc. Não há televisão cá em casa e estou com demasiada preguiça para ir ao ginásio (além de ter de arrumar o saco, enfrentar o frio, a bafarada do calor alheio e ficar meia paranóica com o tempo e o quanto tenho que fazer em casa, não me apetece). E, no fundo, o que é que me apetece: "Hibernar!" é, sem dúvida, a primeira resposta que me vem à cabeça. Deve ser o humor sazonal a fazer das suas... E então, o que queres para o Natal? Sol, por favor.

Wednesday, December 10, 2008

Verdades ou (In)Consequências


(Porque me pediste com jeitinho)


Ao fim de 24 anos de existência cheguei a algumas brilhantes conclusões:

- A minha mãe será sempre super protectora
- Haverá sempre tipos cretinos que me irão magoar (e despedaçar o coração)
- Em algum momento acharei a minha melhor amiga uma besta quadrada
- Os planos nunca sairão exactamente como os tinha projectado
- Nunca ganharei tanto dinheiro quanto gostaria
- O Pai Natal sempre trará uma prenda que eu preferia que não tivesse trazido
- Os meus chefes serão sempre toinos e eu direi sempre mal deles
- Haverá sempre alguém na festa que sentirei que é mais bonita do que eu (por muito que eu seja uma sex bomb)
- Se comer demasiado e não mexer o traseiro vou engordar
- Vou sempre sofrer de ressaca após uma noitada de muito álcool e pouco sono
- Sempre vou querer ir para onde nunca fui e nunca vou querer estar onde estou "porque eu só quero ir, aonde não vou"
- Haverá sempre alguém ou algo que me faça rir e esquecer tudo isto, para voltar a ser idiota e acreditar que é possível um mundo melhor.

Tuesday, December 9, 2008

Epifania


~Quero reciclar velhos pensamentos e sentimentos, transformá-los numa bela peça de arte contemporânea da minha própria vida.
~Quero os pontos de interrogação e de exclamação, as reticências e as vírgulas, procurando que sejam parcos os pontos finais... afinal quero uma história rica em emoções, numa mancha gráfica agradável onde há sempre espaço para algo mais.
~Quero a riqueza do mundo simples, o barulhinho bom de copos de vinho e alegres pratos nas conversas de sexta feira à noite entre amigos, a luz das velas e o som de guitarras acústicas.
~Quero que as minhas mãos se moldem, tocando, sentindo, integrando a sensação de cada coisa em si como única, guardando-a na pele.
~Quero "aquele abraço", apenas teu, a cada reencontro.
~Quero o doce beijo em que me entrego de cada que te vejo e compreendo que a imagem reflectida no teu olhar não é diferente da que encontro no reflexo do meu espelho.
~Quero sentir a alegria e a luz do reconhecimento dos pormenores diários, vulgares, presentes de um Deus do quotidiano que tantas vezes rejeitei.
~Quero apenas sentir-me eu, nos cinco sentidos e mais alguns, e partilhar isso contigo para que cresçamos juntos...

Sunday, December 7, 2008

International Girls

I am Portuguese, I speak English and I French kiss. :)

Advento

Pelos vistos a minha inspiração é cíclica e coincidente com momentos religiosamente ímportantes de um católico que se preze. E pronto... Quase 10 meses de Irlanda depois aqui continuo. Ponto de situação:
- Ainda solteira;
- Ainda a trabalhar com bebés;
- A morar na 3ª casa (apartamento 333);
- Com um filho nos braços (atenção que o Rodrigo é o meu manequim de massagem infantil);
- Uma excelente visita extra familiar que foi um presente antecipado de Natal;
- Mais independente, segura de mim e feminina;
- Ainda incerta quanto ao que fazer para construir o meu futuro.
Mas também não importa, o caminho faz-se caminhando, o futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos e ser feliz deve ser um meio de vida e não um objectivo em si mesmo. Podem ser frases feitas, mas têm o seu sentido.

(Obrigada, Ru)

Wednesday, April 16, 2008

De volta a casa...

E assim a filha pródiga (também, quem é filho único não tem grande alternativa) regressou a casa de seus pais... mas apenas por alguns dias.

Isto de se voltar às origens, mesmo que por motivos de férias, leva-nos muitas vezes a recordar o motivo do movimento migratório, no meu caso em particular emprego (ou a ausência dele, para ser mais concreta).

Sunday, March 23, 2008

Happy Easter!!!

Hoje ainda é dia de Páscoa.
À partida esta simples afirmação/frase pode parecer um pouco descabida para o mais comum dos mortais: porque é algo tão simples que parece quase ridículo, porque não tem sentido para outros, porque é um dia de trabalho como outro qualquer...
Para quem está longe, como eu, é mais um dia longe da família e do país de origem, longe das tradições, das cores, dos cheiros, das memórias e rotinas que caracterizam o ano e dão um marco temporal às coisas. Por isso esta Páscoa é diferente... Não há o eco de sinos festivos no ar ou túnicas brancas a flutuar ao vento; não cheira a feno, cera de abelha ou pão-de-ló; não há amêndoas cobertas de açúcar com aroma baunilhado ou coloridas drageias de licor em formato de feijões, morangos, bebés ou pombas; não há roupa a estrear ou as conversas animadas da minha família (pais, avó, tios); não há a visita da "madrinha" ou as gargalhadas das Piscas quando se penduram no meu pescoço. A todo este sentimento de suposto vazio, os Portugueses chamaram um dia de "saudade".
No tempo da velha Glória, quando o mundo parecia pertencer a apenas dois países (Portugal e Espanha), muitos partiram em navios e naus à procura de um "Vale Encantado". Mais de 500 anos volvidos a tradição já não é o que era mas o movimento de pessoas e bens não mudou: agora é mais o avião.
De qualquer forma, nem tudo foi melancolicamente triste no dia de hoje. Criamos novas amizades e novas... tradições. Eu, o Artur, a Ana e a Marta decidimos dar continuidade às coisas, juntamo-nos aqui em casa e almoçamos todos juntos. E assim se fez a festa, entre risos, piadas secas (mea culpa), frango assado, crumble de maçã, bolo de chocolate e Mateus rosé. Contaram-se estórias de enfermeiros entre enfermeiros (às vezes é giro), discutiu-se o tempo, o movimento nas ruas, os autocarros e os meus dotes culinários... E quando eles se foram embora (porque amanhã é dia de trabalho), a luz do dia tornou-se um pouco mais vaga e difusa e o calor da partilha e da comunhão pareceu escapar pelas frinchas das portas e das janelas...
Mas são todas estas memórias, mais antigas ou recentes, que dão força para continuar. Os e-mails da família que se lembra de nós e faz questão de marcar presença em dias "marcantes".
E de tudo isto se faz um arco-iris(h): a ponte entre o passado e um futuro presente.

Friday, March 14, 2008

[Original: Sábado, 09-02-2008]



Está um dia bonito em Dublin: o sol brilha, o ar está fresco e relativamente limpo... respirável, vá. É Sábado e, portanto, o nó de carros e autocarros por m2 (metro quadrado) diminui. Aumenta o nó de pessoas em passo de "ver montras" ou "apreciar a paisagem", assim como o número de artistas e bancas de rua nas principais avenidas comerciais. Acho que este movimento menos frenético suaviza os traços da cidade e a torna mais convidativa. [Aviso: Se quiserem tossir, não metam uma colher de sopa na boca; o resultado pode ser bocados de cebola no nariz]
Uma vez que deixei o caderno das "sagradas escrituras" no hostel e os papéis que carrego religiosamente atafulhados na agenda já estarem sobrecarregados de sarrabiscos, tive de recorrer a um velho amigo para dar base de sustentação às ideias (e à tinta da caneta, claro está): o Guardanapo de Papel. Pergunto-me se isto seria apanágio de algum escritor famoso... Não que isso me fizesse sentir superior ou inferior, apenas curiosidade e simpatia por hábitos partilhados.
Os textos em guardanapo são diferentes: Espera-se uma esperança média de vida menor, dada a fragilidade do papel... Pensamentos parafilosóficos à parte (será que esta palavra existe?), era suposto escrever umas linhas sobre o que se está a passar por cá.
Falha até agora: tantos Pratugueses (sim, acho que é uma nova raça/espécie/estirpe de pessoas de nacionalidade portuguesa) e não há loja Portuguesa por cá? Isso era uma coisa gira para se colmatar...
A malta gosta de comer de envelope, de levar no pacote e trabalhar para o crescimento lateral (expressões para: sanduiches, take-away ou come em casa e obesidade). Não admira que precisem de enfermeiros... Confesso que em dias de preguicite aguda (essa terrível maleita sem cura possível) e de melancolia vegetativa, tudo isso é óptimo. Pelos vistos a mistura de gorduras saturadas e de açúcares de absorção rápida tem um efeito momentaneamente positivo no humor.
A sexta feira parece ser o dia da doidivanice. A gera sai aos magotes para o pub mais próximo para emborcar umas valentes pints de Guinness (só ainda não descobri para onde vai a "canalhada").
Feias, bonitas, jeitosas, esqueléticas, a fazer publicidade aos pneus Michelin ou "assim-assim", as miúdas/mulheres adoram o vulgo "cinto" português: brutas mini-saias que revelam muito (ou quase tudo) acerca das pessoas que as vestem. Calma... Uma boa mini-saia nunca feriu os olhos a ninguém (muito menos ao sexo masculino), mas decerti concordam que há PERNAS... e pernas. Talvez a piada estivesse em que moçoilos quisessem descobrir o produto e não mostrá-lo logo de uma só vez.
Pelo andar da carruagem este pessoal vai precisar de fígados e vasos sanguíneos novos muito brevemente. Nada de anormal e extraordinário se pensarmos que este é o cenário na grande maioria dos países europeus.
Enfim... Acho que gosto disto; é divertido (por agora).

Sunday, February 10, 2008

Sunday Bloody Sunday!

Como meu primeiro post, deveria escrever algo verdadeiramente inspirador. Nao que me pareca que tal coisa va sair, ainda por cima quando o teclado parece nao ajudar ao omitir certos sinais da linguistica portuguesa que para mim seriam no minimo essenciais, coisa de perfeccionista. Mas pronto, isso supostamente nao deveria ser desculpa mas deem-me um desconto.
Ontem, primeiro dia na cidade (o dia inteiro, entenda-se): fantastico sol e tempinho primaveril. Pensei que estava em outro lugar qualquer que nao Dublin. As pessoas aglomeradas na rua mas em passo de quem tomou pastilhinhas para andar simultaneamente relaxado, com pica e alegre. Toda gingona, pensei que o dia de hoje seria semelhante. Assim, toca de ir ao fundo da mala buscar uma camisolita mais fresca (manga curta) e imaginar-me sentadinha num banco do Stephen's Green a por a leitura em dia. TA MALI! Mal pus os cascos fora do Hostel dei gracas a minha rica maezinha por me ter transformado numa mulher precavida e me ter lembrado de vestir uma camisa - estava um frio bastante para o indicativo que estamos no Inverno e nao na Primavera.
Mas nada de estragar o espirito - ha que passear e aproveitar as vistas... E entao la ia eu, a olhar para todos os lados quando sou abordada por um homem dos seus 45 anos, de olhar esgazeado, com uma especie de castanha na mau e a balbuciar algo que eu nao estava a compreender muito bem... Apressei o passo, e so depois de ter virado costas ao homem (ja a pensar que golpe de jacky chan iria executar se ele por acaso me decidisse atacar) percebi que me queria vender hax (haxixe)... E que ha cada uma.
Isso faz-me lembrar a "pilinha" que vi ontem no parque. Sim, pelos vistos a malta por ca tambem gosta muito de ir regar as plantinhas no parque. E assim la estava um fulano, de barrete (e ca para mim embriegado), mostrando a sua mangueirita ao mundo em geral e as plantinhas em particular. Ao menos podia ter ido para o meio da "floresta" em vez de estar ali, plantado a meio de um dos caminhos.
Mas enfim, acho que isto serve mais para mostrar que nem as ilhas do atlantico ficam a salvo no que toca a estorias pitoresca e nao ligadas ao folclore nacional.
Por hoje fico por aqui, que isto de ter vindo para a Irlanda ainda vai dar pano para mangas.