Friday, March 14, 2008

[Original: Sábado, 09-02-2008]



Está um dia bonito em Dublin: o sol brilha, o ar está fresco e relativamente limpo... respirável, vá. É Sábado e, portanto, o nó de carros e autocarros por m2 (metro quadrado) diminui. Aumenta o nó de pessoas em passo de "ver montras" ou "apreciar a paisagem", assim como o número de artistas e bancas de rua nas principais avenidas comerciais. Acho que este movimento menos frenético suaviza os traços da cidade e a torna mais convidativa. [Aviso: Se quiserem tossir, não metam uma colher de sopa na boca; o resultado pode ser bocados de cebola no nariz]
Uma vez que deixei o caderno das "sagradas escrituras" no hostel e os papéis que carrego religiosamente atafulhados na agenda já estarem sobrecarregados de sarrabiscos, tive de recorrer a um velho amigo para dar base de sustentação às ideias (e à tinta da caneta, claro está): o Guardanapo de Papel. Pergunto-me se isto seria apanágio de algum escritor famoso... Não que isso me fizesse sentir superior ou inferior, apenas curiosidade e simpatia por hábitos partilhados.
Os textos em guardanapo são diferentes: Espera-se uma esperança média de vida menor, dada a fragilidade do papel... Pensamentos parafilosóficos à parte (será que esta palavra existe?), era suposto escrever umas linhas sobre o que se está a passar por cá.
Falha até agora: tantos Pratugueses (sim, acho que é uma nova raça/espécie/estirpe de pessoas de nacionalidade portuguesa) e não há loja Portuguesa por cá? Isso era uma coisa gira para se colmatar...
A malta gosta de comer de envelope, de levar no pacote e trabalhar para o crescimento lateral (expressões para: sanduiches, take-away ou come em casa e obesidade). Não admira que precisem de enfermeiros... Confesso que em dias de preguicite aguda (essa terrível maleita sem cura possível) e de melancolia vegetativa, tudo isso é óptimo. Pelos vistos a mistura de gorduras saturadas e de açúcares de absorção rápida tem um efeito momentaneamente positivo no humor.
A sexta feira parece ser o dia da doidivanice. A gera sai aos magotes para o pub mais próximo para emborcar umas valentes pints de Guinness (só ainda não descobri para onde vai a "canalhada").
Feias, bonitas, jeitosas, esqueléticas, a fazer publicidade aos pneus Michelin ou "assim-assim", as miúdas/mulheres adoram o vulgo "cinto" português: brutas mini-saias que revelam muito (ou quase tudo) acerca das pessoas que as vestem. Calma... Uma boa mini-saia nunca feriu os olhos a ninguém (muito menos ao sexo masculino), mas decerti concordam que há PERNAS... e pernas. Talvez a piada estivesse em que moçoilos quisessem descobrir o produto e não mostrá-lo logo de uma só vez.
Pelo andar da carruagem este pessoal vai precisar de fígados e vasos sanguíneos novos muito brevemente. Nada de anormal e extraordinário se pensarmos que este é o cenário na grande maioria dos países europeus.
Enfim... Acho que gosto disto; é divertido (por agora).

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