Monday, December 20, 2010

There is no place like...

A minha querida Doroteia, da história O Feiticeiro de Oz, batia com os seus sapatinhos vermelhos um no outro para regressar a casa. No meu caso, a viagem implica 1 táxi, 1 avião e 1 Fiat Punto preto de 1997.
Apesar de uma muito tentadora proposta para ir laurear a pevide e fazer um pub crawl (The Twelve Pubs of Christmas) na geladinha Dublin, decidi ir para casa pesar bacalhau (leia-se dormir) no sábado à noite. Após uma semana que inclui um exame de gestão e liderança com a duração de 3 horas e 3 dias seguidos a trabalhar das 7:30 às 20:10, achei que merecia um soninho. Mas claro, nem pensar em não participar na borga (ou craic) de mais um jantar da "Malta". Sete cavaleiros numa mesa redonda, rebentamos crackers (se não sabem o que é googlelizem... mas digamos que são uns rebuçados gigantes que quando se abrem cheiram a pólvora e trazem brindes lá dentro), comemos assado "à la Miss Afonso", bebemos uns copitos de tinto e... bem, palhaçamos e desconversamos ainda mais. Um verdadeiro susto para mentes e corações fracos, velhos e com pouco sentido de humor retorcido. Eles foram para os pubs, eu fui para a caminha.
8 da matina, toca o alarme (o toque é irritante, tenho de mudar aquilo). Cafeteira ao lume e aroma a Nicola no ar (oh my sweet, sweet morning coffee). Hoje é O DIA! Convém dar um jeitinho à casa para não ganhar bicharada na próxima semana. Dobra-se e arruma-se a roupa. Lava-se a louça, aspira-se a casa, passa-se o chão da cozinha a pano (com cheirinho a lixívia que é para parecer tudo imaculadamente limpo), muda-se a roupa da cama e empilha-se a floresta de papéis pós exame em diferentes cadeiras. Mala. Ainda tenho de arrumar a mala... Ao fim de 3 anos a práctica de arrumação de roupa e outros elementos (des)necessários torna-se mais rápida (acabei por me esquecer do carregador do leitor de Mp3).
Apanhar táxi. Ah e tal de onde a menina é, para onde vai, que vai fazer, portuguesa? não tem sotaque, enfermeira?, pois eu tive uma hemorragia cerebral e joguei rugby e parti ossos, olhe e qual é o terminal?, a aer lingus ainda está no antigo mas se não for está a ver a passagem ali à esquerda com pessoas... Feliz Natal para si também e obrigada. Os taxistas irlandeses, principalmente os de Dublin, são uma espécie rara e peculiar, extremamente tagarela e que adoram resmungar acerca de muita coisa. Com a conversa certa é deixá-los falar.
(e eu acabo a minha história pitoresca noutra altura senão o post fica muito comprido e depois ninguém o lê...)

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