Tuesday, December 21, 2010

... home

Continuando a história.
Aeroporto de Dublin. Mandar a mala para o porão, passar segurança, andar a ver lojas e beber um "soja latte" na Butlers. Esperar junto ao gate 313 pelo verdinho da Aer Lingus, ver a neve a cair e pensar "Rais te parta se num me deixas ir para casa. Lanço-te semelhante praga que nunca mais tens arco-íris ou potes de ouro ou duendes rechonchudos.". Entrar no avião, "esmagrecer" a mala para entrar no compartimentos (sim, porque havia quem tivesse mais de duas malas e depois as pessoas cumpridoras que se lixassem). 3 horas, 1 spray de anticongelante sobre a aeronave e umas quantas páginas de um livro depois, Lisboa. Como boa portuense e portista que sou, tenho uma espécie de ressentimento pela capital. Acho que já está no sangue. Mas, lá está, por breves momentos, e porque é Natal, até de lá chegar eu gostei....
Malas, pais, e um abraço com 3 meses de saudades. Carro, conversas acerca de finanças, leitão na Mealhada e... HOME.
Há um certo conforto em olhar ao redor e apercebermo-nos de que tudo está na mesma e tem o cheiro de que nos recordamos desde a última vez. A Rotunda e o seu Lavrador, o café do Sr Freitas e da D. Sofia (consigo ver o Armando lá dentro também). A casa branca de barra cinzenta, o tanque, a lavandaria, o cedro, as plantinhas da avó. O meu quarto exactamente igual, com a bailarina transparente que trouxe da Suécia, e a lagartixa espanhola, e a foto das Piscas, as borboletas na janela, a bailarina Irlandesa no espelho do armário, o candeeiro vintage na mesinha de cabeceira...
Quando crescemos, e quando todo o que nos era familiar está, muita das vezes, longe, o Natal passa, realmente, a ter significado como festa da família, celebração do nascimento, de um momento supostamente de alegria para muitos... E o tipo de vermelho que se devia juntar à Weight Watchers para caber mais gentilmente na chaminé e tornar o seu trenó mais rápido, transforma-se apenas numa figura acessória.
Pois é... Que o espírito natalício seja mais contagiante que a gripe A (H1N1), que o Scrooge ou o Grinch não descubram a vacina e que os aeroportos europeus reabram para a Miss M.C. ter na Irlanda o mesmo que eu tenho aqui.
Açúcar, canela, limão... Que o vosso Natal seja um festão (esta rima foi muito má...).

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